domingo, 31 de maio de 2009
VISTA A MINHA PELE
Poema Escolar Para 20 de Novembro
Vista A Minha Pele
Vista a minha pele
Você conseguiria?
Seja negro só por um dia
Seja preto pelo menos por mim
Somando todas as minhas cores assim
Vista a minha pele
Assuma a minha cor
Seja você quem for
Capture radicalmente a minha dor
Bem lá dentro de mim
E procure me compreender melhor assim
Vista a minha pele
Eu sou igualzinho a você
Ser Humano, porque
Corpo, Mente, Banzo, Coração
Então questione racismo e discriminação
Vista a minha pele
Sou vermelho por dentro
E negro sempre cem por cento
Afrobrasilis, Afrodescendente
Muito além de para sempre
Inteiramente ser humano e sobretudo gente
Vista a minha pele
Vista-se epidermicamente de mim
E procure me entender como seu igual assim
Seu irmão da humana cósmica raça
E sinta tudo o que dentro de mim se passa
Assim você muito bem confere
Assim você vai realmente se sentir
Lá dentro da minha própria pele
Como eu quero ser árvore de leite e florir
Como eu quero ser janela de pão e me abrir
Como eu quero ser estrada de açúcar e prosseguir
Como eu quero o fim de diáporas e sorrir
Sem nenhum branco para me ferir
E você vai captar essencialmente então
A verdadeira pureza do que é primordial
E o que eu quero é total libertação
E todos iguais na aquarela da coloração
Numa brasileiríssima democracia racial
Vista a minha pele
Seja um pouco eu mesmo um negrão aí
Dentro de você - Para você sentir
Sou preto brasileirinho
Sou negrão e sou negrinho
Sou Negro e Ser Humano de igual valor
E tenho a África nas moendas e engenhos no meu interior
Depois de me vestir e depois de se sair de si
Deixando de ser eu negro aí
Venha me estender a sua mão
E, de coração para coração
Abrace-me como um seu completo irmão
A pele espiritual sendo uma só então
Numa sagrada e sideral celebração.
Fonte: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2004/12/296350.shtml
O Negro e a Moda
Na mesma revista duas outras campanhas publicitárias nos conclamam uma reflexão: uma delas referente ao Programa Bolsa Escola, que busca reduzir a pobreza,a fome e a desigualdade social. Na imagem de destaque: uma família sorrindo, a pele parda, descendência afro ou indígena. Na outra campanha de cuecas, a noiva de lingerie, "branca" e o noivo negro.
A primeira remete a miséria e a outra ao glamour. Cada uma, do seu jeito, traduz o atual momento em que estamos vivendo. Ainda existe o preconceito do povo marginalizado que recebe auxílio dos programas federais, vivendo de forma miserável e que poucas oportunidades sociais são dadas. Da mesma forma, o negro aparecendo na campanha como personagem em destaque demonstra a vontade de romper posturas preconceituosas ou até o respeito/obrigação pelo Programa de Cotas, que impõe a participação dos negros também no mundo da publicidade e da moda, além de outras situações sociais e culturais.
Medidas corretas ou não. Aqui não estou a questionar a funcionalidade delas, nem a minha concordância. Mas, me permite uma reflexão profunda sobre o tema, tão bem discutido na última aula presencial de Questões Étnico-Raciais na Educação: o problema do preconceito, as cotas aos negros, a discriminação racial, o ser moreno, o ser negro, o ser mestiço, entre tantas outras denominações.
Na neutralidade ouvimos opiniões e nos deparamos com o nosso preconceito ainda latente, muitas vezes escondido e marcarado dentro de nós. No bate-papo na aula e nas leituras percebe-se:
* preconceito real às opiniões alheias;
* falta de argumentação coerente pela falta de vivências e de leituras;
* predominância da cultura germânica e italiana em nossa região;
* necessidade de avaliar os aspectos históricos de nossa colonização e do tratamento dado às populações negras, indígenas, mestiças, caboclas;
* oportunidades e condições psicológicas, intelectuais e sociais ao longo do tempo a estes grupos étnicos;
* arraigamento de condutas, posturas, pensamentos traduzidos de geração a geração ainda muito fortes em nossa cultura;
* o não-concordamento do programa de cotas às questões étnica-raciais;
* a importância da implantação da Lei 10639/2003 nas escolas;
* despreparo do professor no desenvolvimento dos conteúdos transversais sobre o negro e o índio.
Há sim a necessidade de um olhar diferenciado a estas questões. A promoção da inclusão social deve começar em nós, aprendendo a observar, analisar, discernir e avaliar com neutralidade, ética e humanidade.
Como diz um poema e um documentário: Vista a minha apenas por um dia...
domingo, 17 de maio de 2009
Sou negro?????

Entrevistando alguns alunos negros, uma menina comentou se ela "fosse negra" sentiria-se mal com o preconceito. Tudo bem com sua afirmação. No entanto, é relevante destacar que a aluna É NEGRA!
Fato para repensarmos nossa ação educadora nestas questões étnico-raciais.
O que leva uma pessoa a não aceitar sua cor, sua etnia, sua origem...
Onde está o preconceito: nos outros ou nela mesma?
Como promover a sua auto-aceitação?
Questões que devem ser, cada vez mais, trabalhadas na sala de aula, com ética, com respeito e responsabilidade. O educador não pode fechar os olhos para estas reflexões e deve buscar ajuda junto a coordenação pedagógica, promovendo debates, palestras, pesquisas, entrevistas e situações que envolva toda comunidade escolar neste processo.
Além de garantir vagas para negros nos banco escolares, é preciso valorizar devidamente a história e cultura de seu povo, buscando reparar danos que se repetem há cinco séculos, a sua IDENTIDADE, os seus direitos.
A rlevância do estudo de temas decorrentes da história e cultura afro-brasileira e africana não se restringe à população negra, diz respeito a todos os brasileiros, uma vez que devem educar-se enquanto cidadãos atuantes no seio de uma sociedade multicultural e pluriétnica, torna-se capazes de construir uma nação democrática, com IDENTIDADE.
Identidade de assumir-se NEGRO ou ser descendente africano com ORGULHO e HONRADEZ.
PERSONALIDADES NEGRAS II

Idades entre 11 e 13 anos.
Residentes em bairros centrais.
Religião predominante: católica e evangélica.
Etnia predominante: alemã
Características predominantes do grupo: animação, inquietação, alegria, energia.
Tema em destaque: PRECONCEITO RACIAL
Os alunos do Grupo Dança & Cidadania pertencem às escolas municipais: Pastor Rodolfo Saenger e Maria Ruth Raymundo; Escola Estadual de Ensino Fundamental Willy Oscar Konrath; escolas particulares: Centro Sinodal de Ensino Médio de Sapiranga, Escola de Ensino Fundamental Imaculado Coração de a e Escola de Ensino Fundamental São Mateus.
No debate sobre preconceito racial, vários questionamentos foram realizados:
Quantos colegas negros vocês possuem?
Há preconceito por parte dos colegas em relação a questão racial?
Há preconceito por parte dos professores?
Vocês agem com preconceito?
Onde percebemos o preconceito?
O que vocês fazem quando percebem ações preconceituosas?
Que atitudes tomam?
Sabem de algum caso que presenciaram em que houve preconceito?
Que personalidades negras vocês conhecem? Quais as suas contribuições para a formação de nosso povo, de nossa comunidade local?
Constatações:
* Há aproximadamente um negro por sala de aula dos integrantes do grupo de dança;
* Afirmam não serem tratados com preconceito na sala de aula e na escola;
* Os professores não possuem preconceito em relação às questões étnico raciais;
* Os alunos não exercem atitudes de preconceito com os colegas negros;
* Alguns alunos do grupo reconheceram possuir em suas raízes a etnia africana;
* Não visualizaram nenhuma situação ou caso de preconceito nas suas vivências;
* Citaram várias personalidades negras no Brasil, Rio Grande do Sul e em Sapiranga (trabalho de entrevista e pesquisa que aparecerá na próxima postagem);
* Perceberam que há mais preconceito nas questões de aparência e econômicas, inclusive eles próprios refletiram que acabam envolvidos com estas provocações (como provocadores e provocados);
* No debate proposto, foi comentado sobre algumas posturas de professores que agridem verbalmente alunos com dificuldades na aprendizagem e de comportamento, utilizando linguagem vulgar e pejorativa, independente da etnia;
* A conversa fluiu normalmente, os alunos mostraram-se abertos e receptivos ao tema.
O trabalho continua...
Aguardem a pesquisa e entrevista com as personalidades negras de nosso município: esporte, educação, lazer, cotidiano.....????
Fiquem curiosos! Eu estou!!!!!!
terça-feira, 5 de maio de 2009
PERSONALIDADES NEGRAS DO RS
A Lei 10.639/03 trouxe em debate os temas transversais sobre as questões étnico-racias. Muitos questionamento, dúvidas, incertezas, qual o conteúdo a ser dado. Como fazer e aplicar estes temas tão importantes?
Na busca de um planejamento interessante, pesquisei em alguns livros e percebi que os conhecimentos estão muito perto de nós. Analisando a nossa realidade, as nossas relações, a nossa origem, a nossa cultura, percebi que os conteúdos estão bem perto de nós, em nossa volta.
É preciso:
* Trabalhar a questão racial como conteúdo multipliscinar durante o ano letivo;
* Reconhecer e valorizar as contribuições do povo negro;
* Abordar as situações de diversidade étnico-racial e a vida cotidiana nas salas de aula;
* Disponibilizar recursos adequados, materiais pedagógicos sobre o assunto.
A troca de idéias, experiências também é fundamental entre educadores e comunidade local.
E trocando idéias, pesquisando, analisando sugiu o tema Personalidade Negras do Rs, que será estendido para as personalidades negras locais.
Mulheres e homens negros contribuíram e contribuem para as diferentes áreas de formação do cenário gaúcho, do cenário onde vivemos.
Tenhamos um olhar ético e étnico, com respeito e humanidade.
domingo, 29 de março de 2009
Eu e os outros
E aprendi que se depende sempre
De tanta, muita, diferente gente
Toda pessoa sempre é as marcas
Das lições diárias de outras tantas pessoas
E verificamos aí, que não é somente as famílias consaguíneas que exercem influência sobre nós, mas também daquelas formadas por laços fraternos, ideológicos, culturais, religiosos, sociais.
Somos sim um pouquinho das pessoas que passam pela vida da gente...
Possamos aproveitar então sempre o pouquinho bom de cada um.
Um abraço a todos.