Mostrando postagens com marcador LINGUAGEM. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador LINGUAGEM. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

NÃO HÁ COMO ALFABETIZAR SEM MÉTODO?

“Ao montar um esquema de atividades imprescindíveis em um planejamento semanal, apresentado a seguir, quero destacar que tal planejamento deve procurar contemplar atividades diárias de produção textual, leitura de texto, jogo, ditado e outras atividades de sistematização, sendo todas elas fundamentais à aquisição e aos usos da leitura e da escrita”. (NÃO HÁ COMO ALFABETIZAR SEM MÉTODO? - Iole Maria Faviero Trindade)

Este trecho me fez refletir sobre minha prática pedagógica na alfabetização nas séries iniciais. Confesso que minha experiência docente em sala de aula se remete a turmas de 3ª e 4ª série (hoje 4º e 5 º anos), o que acentua as minhas angústias e dúvidas em relação à alfabetização nas séries iniciais.
Refletindo sobre o texto lido e que considero de excelente qualidade, me reporto ao ano de 2005, onde fui presenteada, pela primeira vez, com uma turma de 1ª série (2º ano). As questões analisadas no texto, pela autora Iole Maria Faviero Trindade, estão perfeitamente relacionadas com minhas angústias e indecisões, como: Qual o método a seguir? Os métodos tradicionais podem ser utilizados? Como ficam as atividades tradicionais, como o soletrar, o ditado? E ao me deparar como as observações analisadas pela autora, pude perceber que andei no caminho certo. Digo andei, porque somente naquele ano e não mais, alfabetizei alunos de 1º série/2/º ano. Embora a experiência tenha sido imensamente válida, acabei sendo encaminhada para outras atividades na escola e fora dela. As marcas daquela experiência única ficaram intrínsecas dentro de mim e influenciaram-me na prática em sala de aula nos anos seguintes, numa preocupação maior com a alfabetização continuada.
Destaco aqui, a partir da leitura, a importância da produção textual, seja ela individual ou coletiva, de forma planejada ou espontânea, com o objetivo de explorar temas lingüísticos. Um mesmo tema poderá ser explorado por essas diferentes estratégias, seja pela transformação de um texto “espontâneo” em um texto coletivo, ao ser reescrito coletivamente, seja por sua produção conjunta a partir da progressão da exploração de um tema em curso. O mesmo se vale para a leitura dos textos, que passará por uma leitura “espontânea” do texto produzido, como por uma leitura coletiva, feita por toda turma, quando da produção do texto coletivo, no formato manuscrito, e por grupos de alunos ou individualmente novamente, quando do seu recebimento em um novo formato, digitado.

sábado, 19 de setembro de 2009

Letramento Social X Letramento Escolar

O termo “letramento” remeta a uma dimensão complexa e plural das práticas sociais de uso da escrita, a apreensão de uma dada realidade, seja ela de um determinado grupo social ou de um campo específico de conhecimento (ou prática profissional). Desta forma, é possível confrontar diferentes realidades e formas de aprendizagem: o “letramento social” com o “letramento escolar”.
A partir da leituras que fizemos no Módulo 2 da disciplina de Linguagem pudemos constatar que a escola, a mais importante das agências de letramento, preocupa-se, não com o letramento, prática social, mas com apenas um tipo de prática de letramento, a alfabetização, o processo de aquisição de códigos (alfabético, numérico), processo geralmente concebido em termos de uma competência indi¬vidual necessária para o sucesso e promoção na escola, que alguns pesquisadores consideram equivocado, pois não contempla outras agências de letramento, como a família, a igreja, a rua como lugar de trabalhoe socialização da linguagem.
A escola deve ter como diretriz pedagógica mais importante no trabalho com os professores e alunos a utilização da escrita verdadeira nas diversas atividades pedagógicas, isto é, a utilização da escrita, em sala, correspondendo às formas pelas quais ela é utilizada verdadeiramente nas práticas sociais.
Analisando a minha prática docente, nas séries iniciais, pude perceber que muitas vezes me preocupei muito mais com o letramento escolar e não com o social, ou seja, na ânsia de alfabetizar e fazer meus alunos "ler e escrever", segui métodos mais tradicionais, não aproveitando todo o saber trazido dos alunos da sua vida social.

A reflexão realizada permite uma mudança de comportamento frente a estas questões, uma visão diferente do "ler e escrever", e da importância do letramento social no "educar de forma consciente" nosso aluno.
Aprender a ler e escrever implica não apenas o conhecimento das letras e do modo de decodificá-las, mas a possibilidade de usar esse benefício de formas de expressão e comunicação, possíveis, reconhecidas, necessárias e legítimas em um determinado contexto cultural.