Alunos da APAE e do Grupo Dança & Cidadania mostram que o normal é ser diferente
Não podia deixar de comentar sobre a experiência que tive com os alunos do EJA – APAE, juntamente com meu grupo de dança que coordeno pela Secretaria Municipal de Educação de Sapiranga. O encontro surgiu num bate-papo informal entre os dois grupos em noite de ensaio do Dança & Cidadania, no final de junho deste ano, quando ambos estávamos sem sala de aula para usar, em função de uma atividade desenvolvida na escola. Dividimos o mesmo espaço por alguns momentos, o suficiente para que meu grupo apresentasse algumas das coreografias ensaiadas ao EJA – APAE. Entre conversas e aplausos entusiasmados, rolou um desafio: vamos montar uma coreografia juntos? Selamos nosso acordo verbalmente e no coração, com a necessidade de fazer algo diferente, para que os dois grupos tirassem suas lições. Lembrei de todas as aulas do semestre anterior do Pead e me senti responsável em concretizar esta ação.
O tempo passou, a gripe suína decretou mais tempo de férias e interrompeu nosso projeto por algum tempo...Não muito tempo. As professoras do EJA estavam atentas e os alunos da APAE também. Encontravam-me no mercado, na rua e me questionavam quando iríamos ensaiar.
Escolhemos a música “Dancing Queen”, do conjunto ABBA, que possui como refrão “Você pode dançar, você pode se esbaldar, se divertindo como nunca, veja essa garota, assista essa cena, virando a Rainha do Baile. Vencendo as diferenças, as dificuldades, através da superação, do respeito, da confiança e do amor, em quatro ensaios, eles viraram os “Reis do Baile” e no dia 20 de outubro de 2009, invadiram de forma brilhante e emocionante a I Mostra de Talentos da APAE.
Formamos pares onde meus alunos conduziam moças e rapazes; com ajuda do grupo os cadeirantes também entraram em ação.
Ao ler o texto do Módulo 4 de Didática, pude refletir que do encontro daquela noite, surgiu um Projeto Pedagógico, com o tema principal da Dança e da Integração e que só obteve sucesso, porque foi escolhido pelo grupo, de forma coletiva. Os alunos não foram coadjuvantes neste processo, foram agentes participativos da sua escolha e da sua ação. A partir do tema, da proposta, do projeto foram desenvolvidos valores morais e sociais e que culminaram numa grande apresentação. Houve troca de experiências entre os alunos dos dois grupos e dos professores. Os professores foram mediadores, orientadores e aprendizes. A avaliação trouxe resultados de sucesso e superação e não para por aí: convites para novas apresentações.
O projeto foi resultante de uma NECESSIDADE do grupo, dos professores e da comunidade local, que necessitava perceber que o normal é ser diferente; que devemos eliminar o preconceito em relação aos portadores de necessidades especiais e que tudo pode ser superado com amor e dedicação. Tudo depende da nossa vontade e do interesse de acreditar e modificar o meio em nossa volta.
domingo, 25 de outubro de 2009
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Um comentário:
Querida Giovana:
Fiquei emocionada ao ler esta postagem. É uma evidência de que grandes trabalhos podem ser realizados se olharmos para a metade do “copo cheio” ao invés de olhar para a metade do “copo vazio”. Cada pessoa tem talentos e tem lacunas...
Parabéns!
Celi
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